PCB-RR

terça-feira, 30 de agosto de 2016

LUTAR DE VERDADE PRA MANTER E CONQUISTAR DIREITOS!

A campanha salarial dos bancários do período 2016/2017 mal começou e esse ano o calendário parece estar acelerado: banqueiros apresentaram já no dia 29/08 sua primeira proposta rebaixada – apenas 6,5% de reajuste salarial, MUITO ABAIXO DA INFLAÇÃO DO PERÍODO!.

E o pior é que, mesmo depois desta provocação, o Sindicato do Rio e a CONTRAF/CUT mantêm a mesma dinâmica: apenas esbravejam, mas não convocam plenárias por região,assembleias de organização, para efetivamente preparar a categoria. Pra termos uma idéia da paralisia da Diretoria do nosso Sindicato, as eleições para delegado sindical na Caixa nem chegaram a ser realizadas de fato!

Por que os banqueiros se sentem a vontade para impor sua dinâmica nas negociações?

Isto só ocorre porque até agora a campanha salarial não saiu das manchetes dos jornais do sindicato. Só houve UMA assembleia: numa segunda-feira depois de feriadão olímpico!

Obviamente foi uma assembleia esvaziada, desconhecida pela maioria dos bancários.

O pior é que essa nossa campanha salarial acontece num momento muito grave. É evidente para qualquer pessoa isenta que o processo de impeachment é uma manobra reacionária comandada por um delinquente político da pior espécie. Mas o que recisamos ter clareza é

que o governo Temer que sairá dele será ainda pior – e as consequências disso são nefastas para nós trabalhadores. O projeto de governo de Temer fala em um "ajuste fiscal duro", em uma reforma da previdência com idade mínima para aposentadoria, em flexibilização de direitos
trabalhistas com convenções coletivas valendo mais do que a CLT, e em privatizações.

Durante os governos do PT, o poder de barganha da CUT, por fazer parte do governo federal, deu conta de pequenos ganhos econômicos no período, mas nenhum avanço em relação à garantia de emprego, de direitos trabalhistas como licenças maternidade/paternidade, combate ao assédio moral e sexual e combate às metas abusivas.

Só que agora a história é diferente. Aquela impressão que tínhamos a cada campanha salarial de greve de fachada, assembleias teatrais, piqueteiros contratados, aqueles jornais dos sindicatos anunciando “proposta final dos bancos” arrancada por uma greve que sabíamos não ser de verdade (antes mesmo de discutirmos as propostas), todo aquele clima de farsa não arrancará nenhuma proposta decente dos bancos e poderá inclusive causar mais perda de direitos.

Na nova conjuntura, só uma coisa levará a vitórias nas campanhas: a organização dos bancários e uma forte adesão à greve, que possa atingir o bolso dos banqueiros e colocar o governo do Usurpador na defensiva! As mobilizações nos locais de trabalho, entre colegas que se conhecem, confiam e vivem juntos o dia a dia é fundamental para uma greve e uma campanha salarial realmente vitoriosa.

Por tudo isto, nossa campanha salarial não pode ser “igual àquela que passou”. Não podemos deixar a campanha nas mãos da direção da direção pelega e conciliadora de nosso Sindicato e da Contraf/ CUT. Necessitamos de uma campanha salarial com milhares de bancários participando das assembleias, definindo os rumos da luta, afirmando quais são nossas reivindicações prioritárias, fazendo greve de verdade e unificados com a luta de todos os trabalhadores em defesa da previdência pública e dos direitos trabalhistas da CLT.

- TODOS ÀS ASSEMBLEIAS!

- REAJUSTE DIGNO PARA TODOS!

- PISO DO DIEESE!

- GARANTIA DE EMPREGO!

- NÃO ÀS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA E DA CLT!

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Reestruturação na CAIXA: nota dos delegados sindicais da CEHAG e CFCVS

Reestruturação na Cehag tem requinte de crueldade!


Na última sexta, 12/08, os empregados da Cehag/SP foram convocados para uma reunião para discutir metas. No entanto, ao chegar na reunião, com o superintendente nacional e várias pessoas do RH, veio uma mudança total na vida dos empregados da unidade.

Ao invés de meta foi apresentada a argumentação de que haveria uma mudança na forma de funcionamento da unidade e uma reestruturação comandada pelo gerente da unidade.

Seria feito um corte nas funções de sênior e pleno, com rebaixamento de funções e até descomissionamentos, e por outro lado haveria promoções, e seriam criadas funções de junior.

Na unidade haviam 30 sênior, 40 plenos e 18 juniors e 30 Tbs. Dos 30 sênior, ficariam 12. Haveria cortes nos plenos e apenas os juniores é que aumentariam, o que favoreceria os Tbs.

A gerência informou que 2/3 iriam incorporar. Porém, grande parte desses teriam uma perda por causa do CTVA.

E no final, os que sobrassem seriam transferidos para outras unidades.

Depois dessa notícia a queima roupa, começou um procedimento nunca visto antes em nossa empresa. O gerente, junto com os coordenadores e umas moças do RH foram para uma sala e chamavam os empregados em ordem alfabética.

Primeiro foram os transferidos. Que não sabiam o porquê da proposta de transferência. O gerente dizia que daria o feedback na semana seguinte. Dentre os transferidos havia um empregado inscrito para delegado sindical.

Depois foram sendo chamados os rebaixados e os que ficariam sem função. Houve quem incorporou uma parte e quem nem incorporou. Dentre esses um dos delegados sindicais perdeu a função. Ainda foram cortadas funções de dois coordenadores e uma supervisora.
Dentre os que foram rebaixados estava uma funcionária que depois da licença maternidade, se encontrava em férias. Foi chamada para vir assinar seu rebaixamento de pleno para junior!

O candidato a delegado sindical havia sido chamado para ser transferido. Mas, a Apcef veio fazer a eleição, uma vez que a gerencia não havia autorizado a realização da eleição.
O gerente gritou com os funcionários da Apcef, que estavam realizando a eleição e proibiu que a votação continuasse. Tudo isso para que o empregado que ele queria transferir não fosse eleito.

Depois de tudo isso, em meio a choros de quem perdia a função, todos se perguntavam: mas qual foi o critério?

Ninguém sabia. Tinha gente que fazia o horário certinho e nem saía pra almoçar. Tinha gente com as metas em dia e que nunca foi chamado a atenção.

A verdade é que a LAP não havia sido alterada e as mudanças eram apenas o desejo da gerência.

Infelizmente, o sindicato não apareceu em nenhum momento para ver o que estava acontecendo. A Apcef é quem deu uma força, inclusive para fazer a eleição do delegado sindical.

Na segunda feira seguinte, o gerente foi fazer novas reuniões nas salas. Informou que a reestruturação estava apenas no começo e que muita coisa ainda iria mudar. O fato é que com toda a subjetividade que ocorreu, ninguém tem mais segurança de nada.

Enquanto o presidente da Caixa anunciou que iria parar a reestruturação, o gerente da Cehag seguiu fazendo as mudanças. Foi mais realista que o rei.

Agora resta aos empregados da Cehag se unirem para reverter essa situação. E que o sindicato apareça para ajudar os empregados. Afinal, estamos à véspera de uma campanha salarial e um golpe desses pode afetar o movimento.

O que sabemos é que a Cehag é só a ponta do icebergue.

Fonte:esquerdadiario.com.br


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Ilusões de classe

Não defendo Dilma, muito menos o Lula ou qualquer governo do PT. Defendo os avanços democráticos que conseguimos a duras penas e às custas de vidas de seres humanos dignos de respeito e glória, face o enfrentamento com a ditadura empresarial-militar. Esses avanços corroboram para a luta pela emancipação da classe operária, o fim da exploração do homem pelo homem.

Hoje, diante da complexa conjuntura que vivemos, não podemos ter ilusões de classe: são duas correntes pró-capitalistas disputando a gerência do Estado, e todas as benesses que isso representa. A grande – e fundamental – diferença é que uma, mal e porcamente, ainda resguarda alguns dos avanços conquistados desde o fim da ditadura e a Constituição de 1988, enquanto a outra significa rasgar toda a luta do povo em mais de 21 anos de embates contra essa mesma ditadura.

Há uma baboseira nas redes sociais de afirmar que com Dilma era bom assim e assado, enquanto com Temer será ou já está sendo tudo de ruim. Temer é pior, claro que é, mas Dilma e o PT não são anjos, vêm prejudicando os trabalhadores e o país desde que chegaram ao poder. Não caber listar o quanto e o tanto, quem quiser basta pesquisar um pouco e ficará informado.

O que mais impressiona e deixa um gostinho amargo é ver ex-camaradas, bons combatentes, perdidos e iludidos com as trombetas do capitalismo. Continuam acreditando que devemos priorizar alianças com setores da burguesia, até mesmo com o capital financeiro, para conseguir alguns anéis descartáveis. Perderam, há muito, a perspectiva revolucionária, esqueceram a luta de classes e apostam em pequenos avanços, nas migalhas que caem dos pratos da elite. Lembram os cachorros embaixo da mesa.

Poderia fazer aqui uma imensa e quase interminável relação de denúncias dos males que seus governos, dos seus partidos, protagonizaram ao longo dos seus 13 anos no poder. Perda de tempo. No fundo, no fundo, eles sabem. Se não sabem, não vale a pena perder tempo com eles.

Quem acredita, assim como a ONU e a OIT, que ganhar R$ 12 por dia é estar acima da linha da miséria, ou ter um salário mensal de R$ 900 é sair da pobreza, adotou parâmetros capitalistas, perdeu o rumo. E tem a cara de pau de dizer que seus governos, seu partido social-democrata tirou o país da miséria. Fazem coro com o que há de pior no planeta.

Entre eles e, infelizmente, algumas correntes de esquerda realmente combativas, surge agora o clamor por eleições gerais. Sem dúvida, o Congresso Nacional e a Presidência estão em situação insuportável, dramática. O congresso foi tomado por empresários do campo e da cidade, que não representam a população. Além deles, ainda se fazem presentes os representantes do capital financeiro, das indústrias, a famosa bancada da bala, da bola, da bíblia e do boi. Um escárnio. O interino é um golpista não confiável, inelegível por oito anos. Inacreditável! A presidente Dilma, por sua vez, traiu seu discurso de campanha, adotou os interesses do capital e ainda assim não aprendeu: fala em alianças com a burguesia caso volte a governar.

O problema de eventuais eleições gerais é que as regras serão as mesmas, ou seja, os mesmos partidos de sempre são os únicos com reais possibilidades de eleger deputados, senadores, cargos executivos etc. É o principal erro da Constituição de 1988, ter mantido as regras da ditadura para as eleições em todos os níveis. Praticamente impossível os partidos realmente combativos conseguirem espaço nesse terreno minado.

Se somarmos a isso o fato do Judiciário ter se mostrado não confiável e sujeito a negociatas, como as que promoveram o impeachment, é fácil concluir: é impossível realizar as mudanças que o país reclama no atual sistema. Não nos moldes do sistema capitalista.
A única saída viável está prevista na Constituição, em seu Artigo 1º, Parágrafo único: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Está na hora de exercermos o poder diretamente, rumo à liberdade, ao fim da exploração do homem pelo homem.

Afonso Costa
Jornalista.