PCB-RR

sexta-feira, 24 de junho de 2016

NOTA DA UC SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES DE CUBATÃO

Esses ataques, intensificados no ano de 2016, incluem atraso no pagamento de salários dos trabalhadores da ativa e principalmente dos aposentados, corte do programa Cartão Servidor (um abono em forma de crédito a ser gasto no comércio da cidade), atraso no pagamento de benefícios como vale transporte e refeição, o não-repasse da contrapartida patronal à Caixa de Previdência, praticamente inviabilizando o plano de saúde da categoria e a frustração da negociação por reajuste salarial para recomposição das perdas inflacionárias do último ano. Além disso, no mês de maio, a secretaria de educação, cujo secretário é o conhecido ex-advogado da Apeoesp Cesar Pimentel, editou uma resolução que pretende “disciplinar” as faltas de professores. Os termos dessa “disciplina” do secretário Cesar Pimentel incluem perda de pontos na classificação para escolha de aulas (0,05 ponto por dia trabalhado e perda de 0,10 ponto por dia de falta), triagem das licenças médicas a ser realizada pelo próprio secretário, remoção ex-ofício para licenças médicas superiores a 15 dias, perda de carga suplementar para licenças superiores a 15 dias sem garantia de reatribuição, abertura de processo administrativo com vistas à demissão para licenças médicas mais longas.

Por fim, uma “denúncia anônima” foi oficializada ao Ministério Público a respeito do pagamento supostamente inconstitucional realizado pela prefeitura da gratificação de nível superior a cargos cujo pré-requisito para atuação é o próprio nível superior, tais como professores, médicos, advogados e engenheiros. O Ministério Público acionou a prefeitura e tudo indica que esta terá de pagar a gratificação. No salário líquido, a perda da gratificação representará uma redução salarial próxima de 50%. Diante de todos esses ataques, os professores de Cubatão não tiveram outra alternativa senão iniciar sua greve no último dia 14/06, terça-feira.

A pauta de reivindicações consiste em: resgate da assistência médica da Caixa de Previdência, recomposição salarial de 4,2% (relativa à inflação de 2016, por causa do ano eleitoral); incorporação do valor do Cartão Servidor (R$ 500,00) ao salário; incorporação da gratificação de nível ao salário e revogação da resolução punitiva às faltas, sendo que estes dois últimos itens não implicam um centavo sequer de aumento de gastos aos cofres da prefeitura.

Nestes dias de greve, os professores alcançaram êxito em mobilizar praticamente toda a categoria, impactando as aulas na cidade em sua totalidade. Denunciaram a política irresponsável da prefeitura e do secretário de educação, conquistando o apoio da comunidade e agregando a participação de pais, mães e alunos nas manifestações. Construíram um movimento unitário junto a outras categorias do serviço público cubatense, trabalhadores terceirizados do hospital municipal e vigilantes patrimoniais, que estão numa situação dramática, com meses de atraso em salário e parcelamento de salários e benefícios. Até os comerciantes da cidade integraram as movimentações, tendo em vista o calote recebido da prefeitura no repasse dos valores devidos àqueles referentes ao programa Cartão Servidor. Amplas manifestações de massas ocuparam as ruas e o barulho ensurdecedor da reivindicação justa denunciou veementemente a política de terra-arrasada praticada pela administração do PT.

A Prefeitura chegou a inclusive passar por cima do movimento, dizendo que haveria aulas e negando a, causando um caos nos planejamentos das famílias e promovendo uma verdadeira guerra de informações.

Por sua parte, a prefeitura negou-se a negociar com os professores grevistas e trabalhou intensamente para deslegitimar e colocar o movimento na ilegalidade. A jogada final, orquestrada pelo secretário Cesar Pimentel, foi uma liminar conseguida no TJ-SP na última sexta-feira de noite, que determina que 90% da categoria volte ao trabalho sob pena de multas diárias ao sindicato da categoria. Em vez de procurar resolver os graves problemas a que a categoria está exposta, a administração Márcia Rosa/Cesar Pimentel preferiu derrotar judicialmente os professores, utilizando-se do poder judiciário para atacar o direito de greve desses trabalhadores.

A Unidade Classista da Baixada Santista denuncia esta prática nojenta, própria dos traidores da classe trabalhadora, empreendida por ex-militantes do maior sindicato de professores da América Latina contra sua própria categoria! Pedimos a todas as forças políticas consequentes do campo dos trabalhadores que nos auxiliem nessa tarefa de denúncia, distribuindo essa nota em suas listas de e-mails, redes sociais e nas assembleias de todos os sindicatos ligados ao magistério no Brasil. Os traidores dos professores têm nome na cidade de Cubatão: Cesar Pimentel e Márcia Rosa!

UNIDADE CLASSISTA – NÚCLEO BAIXADA SANTISTA
http://csunidadeclassistasp.blogspot.com.br/2016/06/nota-da-unidade-classista-da-baixada.html

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A “farsa” chamada déficit da Previdência

Professora de Economia da UFRJ, Denise Gentil defende a existência de um “cálculo distorcido” pelo mercado financeiro, que rasga a Constituição ao transformar em déficit a parte da contribuição previdenciária reservada à União.

Nem reforma política nem tributária. O mercado financeiro iniciou 2016 pressionando o governo federal a tirar do papel uma reforma da Previdência, capaz de preencher o rombo de R$ 124,9 bilhões no INSS previsto para este ano. Rombo? Professora de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Gentil dedicou sua tese de doutorado para defender exatamente o oposto: o déficit previdenciário seria uma farsa provocada por uma distorção do mercado financeiro, que fecharia os olhos para um artigo da Constituição que exige participação da União na composição da Seguridade Social, da qual a Previdência faz parte. “Por essa metodologia, houve déficit de R$ 87 bilhões de janeiro a novembro de 2015”, diz.
 
Acontece que, quando as contribuições previstas pela Carta entram na conta, o déficit se transforma em superávit. O de 2014 foi de R$ 56 bilhões. “A pesquisa que realizei leva em conta todos os gastos com benefícios, inclusive com pessoal, custeio dos ministérios e com a dívida dos três setores: Saúde, Assistência Social e Previdência”, explica. Denise ironiza o “súbito” interesse do mercado financeiro pelo futuro da Previdência e não poupa de críticas o ajuste fiscal implantado pelo governo. “Dilma está fazendo o que os tucanos desejaram, mas não tiveram força política para fazer.”

Brasileiros – A sua tese de doutorado diz que existe uma “farsa contábil” que transforma em déficit o superávit do sistema previdenciário. Que farsa é essa? Denise Gentil – O artigo 195 da Constituição diz que a Seguridade Social será financiada por contribuições do empregador (incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro), dos trabalhadores e do Estado. Mas o que se faz é um cálculo distorcido. Primeiro, isola-se a Previdência da Seguridade Social. Em seguida, calcula-se o resultado da Previdência levando-se em consideração apenas a contribuição de empregadores e trabalhadores, e dela se deduz os gastos com todos os benefícios. Por essa metodologia, houve déficit de R$ 87 bilhões de janeiro a novembro de 2015. Pela Constituição, a base de financiamento da Seguridade Social inclui receitas como a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e as receitas de concursos de prognóstico (resultado de sorteios, como loterias e apostas).

De quanto foi o superávit da Seguridade Social no ano passado?
Quando essas receitas são computadas, obtém-se superávit de, por exemplo, R$ 68 bilhões em 2013 e de R$ 56 bilhões em 2014. Mas essa informação não é repassada para a população, que fica com a noção de que o sistema enfrenta uma crise de grandes proporções e precisa de reforma urgente. Há uma ideia de insolvência e precariedade generalizada que, no caso da Previdência, não corresponde à realidade.

Então por que tanta pressão por reforma?
 O objetivo é cortar gastos para dar uma satisfação ao mercado, que cobra o ajuste fiscal. Nada é dito sobre os gastos com juros, que entre janeiro e dezembro de 2015 custaram R$ 450 bilhões, o equivalente a 8,3% do PIB. Ocorre que o governo fez enormes desonerações desde 2011. Em 2015, chegaram a um valor estimado em R$ 282 bilhões, equivalente a 5% do PIB, sendo que 51% dessas renúncias foram de recursos da Seguridade Social. Essas desonerações não produziram o resultado previsto pelo governo, que era o de elevar os investimentos. Apenas se transformaram em margem de lucro.

Em 50 anos, o volume dos inativos corresponderá a mais da metade da população brasileira, segundo o IBGE. Mesmo assim não é necessária alguma mudança na lei para garantir aposentadoria no futuro? 
 É incrível que a burocracia estatal e uma parte da sociedade (o “mercado”) se preocupem tanto com o que acontecerá daqui a 50 anos. Subitamente, elas foram acometidas por um senso de responsabilidade com o futuro que não dedicam à educação, segurança, saúde… Só ocorre com o futuro da Previdência. Não é suspeito? O que precisamos, aqui e agora, é incluir um contingente enorme de pessoas que não têm acesso à Previdência. Aproximadamente 43% da população economicamente ativa vive sem direito a auxílio-acidente, seguro-desemprego, aposentadoria, pensão. A população envelhecerá, mas o que precisaremos não é de uma reforma previdenciária, mas de uma política macroeconômica voltada para o pleno emprego e que gere taxas elevadas de crescimento. É também necessário políticas de aumento da produtividade do trabalho com investimentos em educação, ciência, tecnologia e estímulos à infraestrutura. Esses mecanismos proporcionarão a arrecadação para o suporte aos idosos. Cada trabalhador será mais produtivo e produzirá o suficiente para elevar a renda e redistribuí-la entre ativos e inativos. Não podemos ficar presos a um determinismo demográfico.

Como estabelecer uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria em um país onde um trabalhador com mais de 40 anos é considerado velho?
A idade mínima que o governo quer instituir é para as aposentadorias por tempo de contribuição (hoje de 30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens), que representam 29% das concessões. Ocorre que estes normalmente começaram a trabalhar cedo. Sacrificaram seus estudos, ganham menos, têm saúde mais precária e vivem menos. Essas pessoas formam dois grupos. Os que se aposentam precocemente acabam voltando a trabalhar e a contribuir para o INSS; não são um peso para a União. Outros que se aposentam mais cedo o fazem compulsoriamente porque não conseguem manter seus empregos, na maioria das vezes por defasagem entre os avanços tecnológicos e sua formação ultrapassada, ou pelo aparecimento de doenças crônicas que certos ofícios ocasionam. Estes já são punidos pelo fator previdenciário, que reduz o valor do benefício. Tratar a todos como se o mercado de trabalho fosse homogêneo ao criar idade mínima é injusto e cruel, principalmente numa economia em recessão.

Defensores da reforma pedem que a idade mínima para se aposentar seja a mesma entre homens e mulheres. Como exigir igualdade de tratamento na concessão de benefícios se a mesma igualdade não existe no mercado de trabalho?
Concordo. A Constituinte de 1988 visou compensar o salário menor e a dupla jornada de trabalho da mulher. Levou em consideração o fato de ela cuidar das crianças e dos idosos da família e de ter uma jornada muito superior a dez horas de trabalho diário. Esse desgaste, que compromete a saúde, teria que ser compensado com regras mais brandas de aposentadoria. E, de fato, as estatísticas mostram que as mulheres vivem mais que os homens, mas sofrem muito mais de doenças crônicas a partir dos 40 anos. Vivem mais, mas vivem pior.

Não é aconselhável uma reforma na aposentadoria de deputados e senadores?
As regras para essas aposentadorias foram alteradas. É semelhante às regras previdenciárias do servidor público federal. Para o recebimento integral, exige 35 anos de contribuição e 60 anos de idade sem fazer distinção entre homens e mulheres. Mas a conta sempre ficará para os trabalhadores do setor privado, que já sofreram uma minirreforma da Previdência no apagar das luzes do primeiro governo Dilma, com a revisão das pensões por morte, com as mudanças no seguro-desemprego e no abono salarial, no auxílio-doença, e, muito provavelmente em breve, haverá revisão nas aposentadorias especiais. Isso tudo adicionado à mudança na Previdência dos servidores públicos que aconteceu em 2012.

Surpreende que as mudanças tenham vindo em um governo de esquerda?
O governo Dilma está fazendo o que os tucanos desejaram, mas não tiveram força política para fazer. A esquerda hoje vive o constrangimento enorme de ter que apoiar um governo desconcertante, retrógrado, privatista, conservador até a medula, que ataca os direitos sociais conquistados com muita luta por sua própria base de apoio. Um dia vai às ruas contra o impeachment. No dia seguinte, vive um pesadelo.Tem que se posicionar contra tudo o que o governo propõe no campo do ajuste fiscal. O que realmente quer essa militância de um governo que só pede apoio para se livrar do impeachment sem dar nenhuma contrapartida?

Link curto: http://brasileiros.com.br/czZwK 

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Bilderberg 2016: a reunião anual dos donos do mundo

imagemkontra Info / Resumen Latinoamericano/ 1° de junho de 2016.
Banqueiros, donos e CEOs (sigla em inglês para Chief Executive Officer, grande executivo) das principais corporações do mundo, membros da realeza europeia, o Secretário Geral da OTAN, ex-diretores históricos da CIA como Kissinger, Soros e Rockefeller, a elite global em sua plenitude realizará sua reunião Bilderberg 2016, na cidade de Dresden , Alemanha, no luxuoso hotel Tashchenbergpalais Kempinski entre os dias 9 e 12 de junho. Ninguém os elege, porém, eles decidem em segredo as medidas políticas, sociais e econômicas que depois serão aplicadas em grande parte do mundo .

Onde fica a “democracia” se quase tudo é decidido por estas grandes corporações em reuniões secretas? Talvez só como um jogo que cria ilusões aos povos acerca da escolha de seus destinos e, portanto, acalma as possibilidades de rebelião. Por vezes, os povos escolhem governos que desafiam as corporações, porém, isto é algo assim como uma anomalia, uma falha do sistema. Quando algo assim ocorre, o sistema midiático global se encarrega de destruir a imagem desse governante, as corporações afugentam as divisas desse país provocando corridas bancárias e cambiais, e depois o poder judiciário ou legislativo, cúmplice do pode real, se encarrega de terminar de destruir esse governo anômalo e já desgastado midiaticamente.

Aqueles que participaram no ano passado da reunião Bilderberg 2015 nos dão uma pista sobre os que voltarão a se reunir dentro de poucos dias (as personalidades tendem a se repetir ano após ano):

Henry Kissinger, ex-Secretário de Estado dos EUA
– John R Allen pelo Departamento de Estado dos EUA
– General David Petraeus, ex-diretor da CIA

REALEZA
– Princesa Beatriz de Holanda (ex-rainha)

BANCOS GLOBAIS
*Franco Bernabé (CEO da Telecom Italia e vice-presidente da Rothschild Europa )
*John Kerr (diretor do Rio Tinto empresa emblemática do banco Rothschild e Presidente da Royal Dutch Shell ),
*Marcus Agius ( Banco Barclays )
*John Micklethwait (ex-editor-chefe do The Economist, propriedade do banco Rothschild)
*Zanny Minton Beddoes (atual editor-chefe do The Economist)
– Presidente do Goldman Sachs International , Peter Sutherland
– Presidente do The Goldman Sachs Group , Robert Zoellick
– Presidente do HSBC Holdings , Douglas Flint
– Vice-presidente do megafundo de investimento BlackRock
– Presidente e CEO do Banco Lazard , Kenneth Jacobs
– CEO do JP Morga n Asset Management, Mary Erdoes
– Presidente do Royal Bank of Canada , David McKay
– Conselheiro executivo do Morgan Stanley , Klaus Kleinfeld
– Presidente do Banco Santander , Ana Botín
– Presidente do Banco Wallenber g , Jacob Wallenberg
– Ex-presidente do Banco Mundial , James Wolfensohn
– Conselheiro executivo do Banco Central Europeu, Benoit Coeuré

MEDIOS DE COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIA
– Presidente do Google, Eric Schmidt
– Diretor do Faceboo k e fundador do Paypal , Peter Thiel
– Presidente Grupo PRISA , Juan Luis Cebrián
– Editor-chefe do Bloomberg , John Micklethwait
– Editor-chefe do The Economist, Zanny Minton Beddoes

SETOR PETROLÍFERO
– CEO da Royal Dutch Shell , Ben van Beurden
– Presidente da British Petroleum, Carl Henric Svanberg

SETOR ARMAMENTISTA
– CEO da Airbus (uma das principais indústrias de armamento militar além de fabricante de aviões), Thomas Enders

MILITAR
Secretário Geral da OTAN, Jens Stoltenberg
LABORATÓRIOS
– CEO da Roche, Christoph Franz
SETOR INDUSTRIAL DIVERSIFICADO
– Presidente e CEO da Siemens , Joe Kaeser
– Presidente da Techint, Gianfelice Rocca
– Presidente da Fiat Chrysler, John Elkann Agnelli

A lista completa de participantes da Bilderberg 2015:
Castries, Henri de Chairman and CEO, AXA Group FRA


Achleitner, Paul M. Chairman of the Supervisory Board, Deutsche Bank AG DEU
Agius, Marcus Non-Executive Chairman, PA Consulting Group GBR
Ahrenkiel, Thomas Director, Danish Intelligence Service (DDIS) DNK
Allen, John R. Special Presidential Envoy for the Global Coalition to Counter ISIL, US Department of State USA
Altman, Roger C. Executive Chairman, Evercore USA
Applebaum, Anne Director of Transitions Forum, Legatum Institute USA
Apunen, Matti Director, Finnish Business and Policy Forum EVA FIN
Baird, Zoë CEO and President, Markle Foundation USA
Balls, Edward M. Former Shadow Chancellor of the Exchequer GBR
Balsemão, Francisco Pinto Chairman, Impresa SGPS PRT
Barroso, José M. Durão Former President of the European Commission PRT
Baverez, Nicolas Partner, Gibson, Dunn & Crutcher LLP FRA
Benko, René Founder, SIGNA Holding GmbH AUT
Bernabè, Franco Chairman, FB Group SRL ITA
Beurden, Ben van CEO, Royal Dutch Shell plc NLD
Bigorgne, Laurent Director, Institut Montaigne FRA
Boone, Laurence Special Adviser on Financial and Economic Affairs to the President FRA
Botín, Ana P. Chairman, Banco Santander ESP
Brandtzæg, Svein Richard President and CEO, Norsk Hydro ASA NOR
Bronner, Oscar Publisher, Standard Verlagsgesellschaft AUT
Burns, William President, Carnegie Endowment for International Peace USA
Calvar, Patrick Director General, DGSI FRA
Castries, Henri de Chairman, Bilderberg Meetings; Chairman and CEO, AXA Group FRA
Cebrián, Juan Luis Executive Chairman, Grupo PRISA ESP
Clark, W. Edmund Retired Executive, TD Bank Group CAN
Coeuré, Benoît Member of the Executive Board, European Central Bank INT
Coyne, Andrew Editor, Editorials and Comment, National Post CAN
Damberg, Mikael L. Minister for Enterprise and Innovation SWE
De Gucht, Karel Former EU Trade Commissioner, State Minister BEL
Dijsselbloem, Jeroen Minister of Finance NLD
Donilon, Thomas E. Former U.S. National Security Advisor; Partner and Vice Chair, O’Melveny & Myers LLP USA
Döpfner, Mathias CEO, Axel Springer SE DEU
Dowling, Ann President, Royal Academy of Engineering GBR
Dugan, Regina Vice President for Engineering, Advanced Technology and Projects, Google USA
Eilertsen, Trine Political Editor, Aftenposten NOR
Eldrup, Merete CEO, TV 2 Danmark A/S DNK
Elkann, John Chairman and CEO, EXOR; Chairman, Fiat Chrysler Automobiles ITA
Enders, Thomas CEO, Airbus Group DEU
Erdoes, Mary CEO, JP Morgan Asset Management USA
Fairhead, Rona Chairman, BBC Trust GBR
Federspiel, Ulrik Executive Vice President, Haldor Topsøe A/S DNK
Feldstein, Martin S. President Emeritus, NBER; Professor of Economics, Harvard University USA
Ferguson, Niall Professor of History, Harvard University, Gunzberg Center for European Studies USA
Fischer, Heinz Federal President AUT
Flint, Douglas J. Group Chairman, HSBC Holdings plc GBR
Franz, Christoph Chairman of the Board, F. Hoffmann-La Roche Ltd CHE
Fresco, Louise O. President and Chairman Executive Board, Wageningen University and Research Centre NLD
Griffin, Kenneth Founder and CEO, Citadel Investment Group, LLC USA
Gruber, Lilli Executive Editor and Anchor “Otto e mezzo”, La7 TV ITA
Guriev, Sergei Professor of Economics, Sciences Po RUS
Gürkaynak, Gönenç Managing Partner, ELIG Law Firm TUR
Gusenbauer, Alfred Former Chancellor of the Republic of Austria AUT
Halberstadt, Victor Professor of Economics, Leiden University NLD
Hampel, Erich Chairman, UniCredit Bank Austria AG AUT
Hassabis, Demis Vice President of Engineering, Google DeepMind GBR
Hesoun, Wolfgang CEO, Siemens Austria AUT
Hildebrand, Philipp Vice Chairman, BlackRock Inc. CHE
Hoffman, Reid Co-Founder and Executive Chairman, LinkedIn USA
Ischinger, Wolfgang Chairman, Munich Security Conference INT
Jacobs, Kenneth M. Chairman and CEO, Lazard USA
Jäkel, Julia CEO, Gruner + Jahr DEU
Johnson, James A. Chairman, Johnson Capital Partners USA
Juppé, Alain Mayor of Bordeaux, Former Prime Minister FRA
Kaeser, Joe President and CEO, Siemens AG DEU
Karp, Alex CEO, Palantir Technologies USA
Kepel, Gilles University Professor, Sciences Po FRA
Kerr, John Deputy Chairman, Scottish Power GBR
Kesici, Ilhan MP, Turkish Parliament TUR
Kissinger, Henry A. Chairman, Kissinger Associates, Inc. USA
Kleinfeld, Klaus Chairman and CEO, Alcoa USA
Knot, Klaas H.W. President, De Nederlandsche Bank NLD
Koç, Mustafa V. Chairman, Koç Holding A.S. TUR
Kravis, Henry R. Co-Chairman and Co-CEO, Kohlberg Kravis Roberts & Co. USA
Kravis, Marie-Josée Senior Fellow and Vice Chair, Hudson Institute USA
Kudelski, André Chairman and CEO, Kudelski Group CHE
Lauk, Kurt President, Globe Capital Partners DEU
Lemne, Carola CEO, The Confederation of Swedish Enterprise SWE
Levey, Stuart Chief Legal Officer, HSBC Holdings plc USA
Leyen, Ursula von der Minister of Defence DEU
Leysen, Thomas Chairman of the Board of Directors, KBC Group BEL
Maher, Shiraz Senior Research Fellow, ICSR, King’s College London GBR
Markus Lassen, Christina Head of Department, Ministry of Foreign Affairs, Security Policy and Stabilisation DNK
Mathews, Jessica T. Distinguished Fellow, Carnegie Endowment for International Peace USA
Mattis, James Distinguished Visiting Fellow, Hoover Institution, Stanford University USA
Maudet, Pierre Vice-President of the State Council, Department of Security, Police and the Economy of Geneva CHE
McKay, David I. President and CEO, Royal Bank of Canada CAN
Mert, Nuray Columnist, Professor of Political Science, Istanbul University TUR
Messina, Jim CEO, The Messina Group USA
Michel, Charles Prime Minister BEL
Micklethwait, John Editor-in-Chief, Bloomberg LP USA
Minton Beddoes, Zanny Editor-in-Chief, The Economist GBR
Monti, Mario Senator-for-life; President, Bocconi University ITA
Mörttinen, Leena Executive Director, The Finnish Family Firms Association FIN
Mundie, Craig J. Principal, Mundie & Associates USA
Munroe-Blum, Heather Chairperson, Canada Pension Plan Investment Board CAN
Netherlands, H.R.H. Princess Beatrix of the NLD
O’Leary, Michael CEO, Ryanair Plc IRL
Osborne, George First Secretary of State and Chancellor of the Exchequer GBR
Özel, Soli Columnist, Haberturk Newspaper; Senior Lecturer, Kadir Has University TUR
Papalexopoulos, Dimitri Group CEO, Titan Cement Co. GRC
Pégard, Catherine President, Public Establishment of the Palace, Museum and National Estate of Versailles FRA
Perle, Richard N. Resident Fellow, American Enterprise Institute USA
Petraeus, David H. Chairman, KKR Global Institute USA
Pikrammenos, Panagiotis Honorary President of The Hellenic Council of State GRC
Reisman, Heather M. Chair and CEO, Indigo Books & Music Inc. CAN
Rocca, Gianfelice Chairman, Techint Group ITA
Roiss, Gerhard CEO, OMV Austria AUT
Rubin, Robert E. Co Chair, Council on Foreign Relations; Former Secretary of the Treasury USA
Rutte, Mark Prime Minister NLD
Sadjadpour, Karim Senior Associate, Carnegie Endowment for International Peace USA
Sánchez Pérez-Castejón, Pedro Leader, Partido Socialista Obrero Español PSOE ESP
Sawers, John Chairman and Partner, Macro Advisory Partners GBR
Sayek Böke, Selin Vice President, Republican People’s Party TUR
Schmidt, Eric E. Executive Chairman, Google Inc. USA
Scholten, Rudolf CEO, Oesterreichische Kontrollbank AG AUT
Senard, Jean-Dominique CEO, Michelin Group FRA
Sevelda, Karl CEO, Raiffeisen Bank International AG AUT
Stoltenberg, Jens Secretary General, NATO INT
Stubb, Alexander Ministers of Finance FIN
Suder, Katrin Deputy Minister of Defense DEU
Sutherland, Peter D. UN Special Representative; Chairman, Goldman Sachs International IRL
Svanberg, Carl-Henric Chairman, BP plc; Chairman, AB Volvo SWE
Svarva, Olaug CEO, The Government Pension Fund Norway NOR
Thiel, Peter A. President, Thiel Capital USA
Tsoukalis, Loukas President, Hellenic Foundation for European and Foreign Policy GRC
Üzümcü, Ahmet Director-General, Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons INT
Vitorino, António M. Partner, Cuetrecasas, Concalves Pereira, RL PRT
Wallenberg, Jacob Chairman, Investor AB SWE
Weber, Vin Partner, Mercury LLC USA
Wolf, Martin H. Chief Economics Commentator, The Financial Times GBR
Wolfensohn, James D. Chairman and CEO, Wolfensohn and Company USA
Zoellick, Robert B. Chairman, Board of International Advisors, The Goldman Sachs Group USA
Fonte original: KONTRAINFO.COM
Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/06/06/bilderberg-2016-la-reunion-anual-de-los-duenos-del-mundo/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Farsantes, golpistas e fariseus



Escrito por Ney Nunes 
Uma parcela importante da intelectualidade e da militância política situada na margem esquerda do petismo incorporou o discurso do golpe no que se refere ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. Esse fato talvez seja o maior ganho político do PT em todo o contexto de grandes derrotas para o partido do ex-presidente Lula.

Se analisarmos o processo de impeachment em curso como um golpe de Estado reacionário, não caberiam tergiversações entre aqueles que se reivindicam da esquerda revolucionária: a única resposta política coerente seria um alinhamento incondicional com o governo ameaçado na luta contra os golpistas, independentemente de diferenças político-estratégicas, ou seja, uma frente única que objetivasse barrar o golpe, caso contrário, essa adesão à narrativa do golpe serviria, essencialmente, para legitimar o petismo enquanto oposição de esquerda ao novo governo burguês de plantão.

Não se trata aqui de um pormenor semântico ou de um preciosismo conceitual. A caracterização política equivocada, nesses casos, quase sempre resulta em táticas desastradas no tabuleiro político e no terreno da luta de classes. Por falar nessa velha senhora, é recomendável identificarmos os interesses e as frações de classe envolvidas na disputa em torno do Palácio do Planalto.

Até o advento do segundo mandato da presidente Dilma, os governos petistas lograram acomodar os interesses das diversas frações da burguesia, desde os onipresentes banqueiros aos agronegociantes, passando pelos megaempreiteiros e chegando aos “capitães” da indústria paulistana. Essa orquestra tocava afinada, pelo menos até o “Titanic” começar a balançar com o crescimento da “marolinha” no mar bravio da crise capitalista mundial.

O respiro na economia brasileira, após o susto da crise dos títulos financeiros subprime de 2008, não duraria muito. A desvalorização das commodities e a fuga dos capitais mais voláteis erodiu o castelo de cartas do Brasil “potência emergente”. Logo, a política de conciliação de classes, que servia migalhas aos de baixo, enquanto negociava a divisão do butim com os de cima, se mostrou insuficiente diante da nova conjuntura. Os setores burgueses hegemônicos pressionaram por uma correção de rumos que permitisse defender seus lucros e transferir os prejuízos para os ombros largos da classe trabalhadora. O novo mantra era: ajuste fiscal com reformas trabalhista e previdenciária.

A presidente, logo após sua apertada vitória eleitoral, tratou de atender aos reclamos do grande capital, jogando na lata do lixo suas bravatas de campanha e incorporando a agenda dos seus adversários neoliberais. Para não deixar dúvidas, chamou um executivo do Bradesco para comandar a política econômica. Mas as dificuldades em negociar com a sua base política medidas mais duras contra a classe trabalhadora, somadas aos escândalos de corrupção turbinados pela Lava Jato, minaram sua popularidade e o respaldo burguês ao seu governo.

Consolidou-se uma maioria parlamentar oposicionista no Senado e na Câmara dos Deputados e, assim, o caminho estava livre para, através de manobras políticas e intensa campanha midiática, desfechar o afastamento da presidente. A alternativa escolhida pela nova maioria parlamentar foi o processo de impeachment, ferramenta do arsenal jurídico-político burguês que já tinha sido utilizada nos anos 90 contra o então presidente Collor.

Elevar essa manobra típica do jogo sujo da política burguesa à categoria de golpe de Estado, fazendo comparações absurdas com o golpe de 64 e até mesmo com a ascensão do nazismo na Alemanha, quando efetivamente à derrubada do governo seguiu-se o desmantelamento do regime político vigente (democracia burguesa) e a imposição de outro (ditadura), inscreve-se na tentativa de construir uma narrativa farsesca com claros objetivos políticos, nesse caso, a relocalização do petismo enquanto força hegemônica no campo da oposição de esquerda.

Registre-se, para desespero das viúvas de 64 que saíram eufóricas do túmulo político para as manifestações pró-impeachment, a fazer apelos patéticos aos militares em favor de um golpe de Estado, que os tanques ficaram nos quartéis, o Congresso e demais instituições não foram fechados, os sindicatos não sofreram intervenção e os censores não voltaram às redações.

Nesse contexto, reduzir a discussão ao crime de responsabilidade supostamente cometido pela presidente é característico do pensamento moralista pequeno-burguês, ideologia dos fariseus que valorizam a dita “democracia”, o “Estado de direito”, como uma ética universal onde prevaleceriam os valores justos e democráticos. As votações do impeachment na Câmara e no Senado são desdobramentos da disputa política entre as facções do bloco político burguês hegemônico. Elas não foram exceção à regra, pelo contrário, confirmam a regra!

O chamado estado de direito não é democrático nem justo, é, isto sim, um regime de dominação de classe instituído para melhor garantir a exploração capitalista, onde a burguesia impõe as regas do jogo e as modifica de acordo com seus interesses, sempre que a correlação de forças permite.

O governo Temer, resultante do impeachment, precisa e deve ser combatido porque vem para aprofundar os ataques à classe trabalhadora, ataques que o governo anterior planejou e iniciou, mas não teve condições políticas de aplicar a fundo, como exige o grande empresariado. O fato de tal governo não ter sido eleito diretamente e de já nascer borrascado pela corrupção favorece a nossa luta, mas nossa crítica precisa ir muito além.

A nossa alternativa de poder aponta para a superação da democracia burguesa, um regime político antidemocrático que objetiva perpetuar a exploração capitalista e as injustiças contra o povo trabalhador.


Ney Nunes é membro do Comitê Central do PCB.